Everton Gomes e Wendel Pinheiro
A história da Juventude Socialista do PDT remonta às lutas tomadas pela Ala Moça e, mais tarde, pela Mocidade Trabalhista no PTB pré-golpe de 1964.
A Ala Moça, fundada em 1945 na cidade de Porto Alegre-RS, sob a liderança de Leonel Brizola como o seu primeiro presidente, teve forte influência dos ideais de Alberto Pasqualini. Este novo agrupamento propunha a ser o espaço de atuação política dos jovens varguistas que não tinham espaços nem no PCB, com sua linha marxista-leninista, e nem na UDN - inicialmente, aglutinando todas as vertentes antigetulistas, do espectro liberal-conservador até a Esquerda Democrática (ED).
Brizola com Getúlio na campanha de Ernesto Dornelles, 1950
Com o seu crescimento e ramificação em vários núcleos espalhados pelo país, mais tarde foi refundada a Ala Moça, na V Convenção Nacional do PTB em 03 de outubro de 1952, em Petrópolis-RJ. Porém, ela teria uma nova nomenclatura: Mocidade Trabalhista. Seu primeiro presidente foi Feliciano Araújo. A atuação dos jovens trabalhistas no PTB pré-golpe teve maior ênfase na ação político-partidária e nas eleições que a legenda petebista participava. Isto não significava, porém, que existissem quadros que atuassem nas entidades estudantis, como a UNE/UBES e demais Centros Acadêmicos e Grêmios Estudantis. Da Ala Moça e da Mocidade Trabalhista saíram quadros de grande relevância como Leonel Brizola, Fernando Ferrari, Sereno Chaise, Ney Ortiz Borges, Matheus Schmidt, Pedro Simon e Danilo Groff, além de Vânia Bambirra, Herbert de Souza (Betinho) e Daniel Aarão Reis. Alguns quadros da Mocidade Trabalhista inclusive atuaram na UNE durante do início até meados da década de 1960, e também na Juventude Universitária Católica (JUC) e na Juventude Estudantil Católica (JEC) - que mais tarde, em 1962/1963, se tornariam a Ação Popular (AP), que rivalizaria ou comporia com o PCB na direção da UNE e da UBES.
Ney Ortiz Borges
Fernando Ferrari
Sereno Chaise
Com o advento do Golpe Civil-Militar de 1964 e do Ato Institucional n° 2 (AI-2), os partidos são extintos. O PTB não existiria mais, junto com a Mocidade Trabalhista. Com o recrudescimento do Regime Militar, o movimento estudantil tornou-se o centro da oposição à ordem vigente. A partir da edição do AI-5 em dezembro de 1968, com o fechamento total do regime, parcela considerável do movimento estudantil parte para a luta armada, como forma de resistência aos arbítrios cometidos pelo governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974).
O processo de redemocratização se inicia a partir das consecutivas vitórias da oposição nas eleições de 1974 e 1978. Tentando esvaziá-la, o governo de Ernesto Geisel (1974-1979) e de João Figueiredo (1979-1985) promovem uma distensão "gradual e lenta" do Regime Militar, com a lei da anistia aos exilados e presos políticos. Após a perda da sigla do PTB, Leonel Brizola funda o PDT em 26 de maio de 1980. Já se encontrava em gestão a fundação de uma juventude nesta nova legenda trabalhista. Inclusive, a Carta de Lisboa, em meados de junho de 1979, fazia uma grande referência à participação política dos jovens com a reorganização da UNE e estaria, dentre as suas pautas políticas, uma atenção maior aos jovens. Já na recepção de Leonel Brizola em São Borja, em 07 de setembro de 1979, já se aspirava à formação de uma juventude que, a partir de um slogan numa das faixas, propunha: "Juventude Trabalhista, Popular e Socialista". Em 15 de fevereiro de 1981, os jovens social-democratas, trabalhistas, socialistas e comunistas se reuniram no Colégio João Lyra Filho, na cidade do Rio de Janeiro. No I Encontro Nacional, estes jovens fundaram a primeira organização juvenil partidária do período de redemocratização no Brasil, que inicialmente se chamou de Juventude Trabalhista do Partido Democrático Trabalhista (JT-PDT). O primeiro presidente da JT foi Anacleto Julião, filho do legendário líder das Ligas Camponesas na década de 1960, Francisco Julião.
O Trabalhismo Brasileiro, herdeiro de Vargas, Jango e Brizola, é a expressão doutrinária que estes jovens adotaram, pois ali também nascia o PDT - o partido que concebia, a partir de sua fundação, o trabalhismo como o caminho brasileiro para o socialismo.
O anseio desta nova organização era a construção de um país mais igual e democrático. Sua inspiração se dava com a luta antiimperialista e com as bandeiras do nacionalismo democrático-popular e do socialismo. A JT foi a primeira organização juvenil partidária no Brasil no período de redemocratização.
A Juventude Trabalhista, posteriormente assumiu o nome de Juventude Trabalhista e Socialista (JTS) em seu II Congresso Nacional. Mais tarde, após o advento da Carta de Mendes, e com a perspectiva de um horizonte socialista - a partir de uma leitura de análise do trabalhismo sob a ótica marxista -, a JTS, no seu III Congresso Nacional, em fevereiro de 1985, se transforma em Juventude Socialista do Partido Democrático Trabalhista (JS-PDT).
Passados 30 anos, esta organização vive! Sua história é marcada pela luta em prol do povo brasileiro e pelo socialismo. Poucas são as organizações que conseguem chegar tão longe no tempo com o vigor e fôlego iniciais. De longe, a JS é o movimento de cooperação mais orgânico do PDT, confundindo-se com a própria história de avanços, refluxos e conquistas do Partido. Atuando nas bases do movimento estudantil, comunitário e, agora, intensificando seus esforços no movimento sindical, a JS se constitui até hoje, na prática, numa verdadeira escola de formação de lideranças, quadros teóricos e de militantes da agremiação pedetista, baseado nos princípios nacionalistas, trabalhistas e socialistas, levando o legado e a luta das principais lideranças do trabalhismo brasileiro: de Vargas, Pasqualini, Jango, Brizola, Prestes e Darcy. Presente em quase todos os estados, com congressos estaduais e nacionais regulares, desde a sua fundação em 1981, a Juventude Socialista sempre foi o celeiro de grandes quadros qualificados do PDT e da História do Brasil Contemporâneo.
Hoje, além de atuar no Movimento Estudantil, com a presença de quadros estudantis trabalhistas na UNE, nas UEE's, DCE's, Centros Acadêmicos (CA's) e entidades estudantis secundaristas, a JS ocupa o cenário nacional, formulando as ações e políticas públicas para a juventude. Igualmente, a JS atua internacionalmente na IUSY (União Internacional da Juventude Socialista), da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) e da COPAL, baseando-se nos princípios de cooperação e solidariedade com os países latino-americanos, africanos e asiáticos e na defesa da autodeterminação dos povos - em especial, na defesa dos interesses dos países periféricos contra os promovidos pelos países centrais e pelas potências imperialistas.
A Juventude, em suas lutas, tem contemplado seus princípios na construção de uma sociedade mais justa, incluindo os jovens - em especial os oriundos da classe trabalhadora, na promoção de demandas e de oportunidades; por um amplo e irrestrito acesso à educação pública, gratuita e de qualidade e ao trabalho digno, sob a inspiração do trabalhismo, além do acesso gratuito à cultura e ao lazer. Demandas que, independente das transformações políticas, sócio-econômicas e culturais, permanecem vivas e intactas como a agenda permanente da juventude brasileira. Este é um pedaço da nossa historia, aqui poderíamos citar as participações ativa na campanha das Diretas, campanha de 89, o "Fora Collor", na defesa contra as privatizações do governo FHC.
Nossa historia é de luta e assim continuaremos dando seqüência na nossa trajetória!
E nosso grito de guerra é esse:
É pra lutar é pra vencer é Juventude Socialista PDT!
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