Em 01 de maio de 2012 assumia o Ministério do Trabalho o então Deputado Federal Brizola Neto. Alçado a condição de mais jovem ministro do Governo Dilma Rousseff o Deputado Federal assumiu o posto com a incumbência de retomar o protagonismo do órgão e dar credibilidade ao mesmo, assolado pelas sucessivas denúncias de corrupção.
No discurso de posse a Presidente enalteceu sua figura, fazendo alusão a história que o mesmo carregava, neto de Brizola e Sobrinho Neto de João Goulart, Ministro do Trabalho no Governo Getúlio Vargas, o governo que mais realizou em prol do trabalhador em toda a história.
Mas ao contrário do que muitos tentaram propagar a atuação de Brizola Neto não ficou adstrita a sua linhagem familiar.
Uma das marcas da seriedade cuja qual foi calcada sua administração a tão contestada Portaria que albergava a “fábrica de sindicatos”, amplamente divulgada pela imprensa, foi corajosamente revogada, depois de anos de sucessivos escândalos.
A Fiscalização do Trabalho foi dinamizada ao ser processada a troca de comando na pasta através da substituição da Secretária de Fiscalização do Trabalho, que já criava mofo na cadeira, pelo Auditor do Trabalho Luiz Felipe Melo, exemplo de seriedade e competência.
E, principalmente, a moralidade foi restabelecida ao órgão através de uma série de ações que tiveram grande resultado concreto.
Mas a política tem dessas e, cedendo as pressões, à tão repugnante governabilidade, a qual o sistema político esta atrelado, o Ministro Brizola não pode dar continuidade a sua gestão.
A turma antes varrida pela “faxina ética” promovida pela Presidente estava de volta.
E juntamente com os “varridos”, os escândalos não tardaram a retornar. Semana passada foi deflagrada a operação “Pronto Emprego”, em que um assessor da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego foi preso com R$ 30.000,00 quando embarcava de São Paulo para Brasília.
Nem uma semana se passou e outra operação, denominada “Esopo”, também foi deflagrada.
Nesta, o buraco parece ainda mais embaixo. Foi detido coercitivamente o nº 2 do Ministério do Trabalho, aquele mesmo que já tinha sido nº 2 na gestão Lupi, aquele mesmo que se tornou Ministro com o aval de Lupi e aquele mesmo que com o aval do mesmo Lupi retornou ao posto de Secretário Excetivo. O primeiro a sair na gestão Brizola e o primeiro a voltar na gestão Manoel Dias.
Também, foi preso um Assessor do Ministro. Um mesmo que havia sido exonerado “injustamente” por “questões políticas”, segundo dito à época, e que no dia 9 de julho de 2013 foi novamente nomeado pelo atual Ministro do Trabalho Manoel Dias.
Este último, diga-se de passagem, eleito em 22 de março de 2013 para o Diretório Nacional do PDT, na chapa de Charles Lupi, naquela mesma convenção em que Brizola Neto foi expurgado da direção do partido.
Cada vez mais os interesses e objetivos que levaram a queda do Ministro Brizola Neto e a pressão que foi exercida em cima da Presidente ficam mais claros.
Por fim resta dizer “esta NÃO é uma obra de ficção; qualquer semelhança com pessoas ou fatos NÃO é mera coincidência”.
Marcos Ajnhorn
Juventude Socialista de Porto Alegre