O mundo chegou à
pós-modernidade e, de carona com o progresso tecnológico, alcançamos a mudança drástica
dos paradigmas. A sociedade acostumada à concretude da tradição e à rigidez dos
costumes e dos pensamentos desmoronou, e já não será mais reerguida. Erige-se
agora um mundo totalmente novo, dinâmico, avançado em termos de tecnologia e
também de ideias. Muito do que se usava pensar já não será mais válido, porque
foi ultrapassado e aperfeiçoado por novos métodos. Todo o antigo mapa dos pensamentos
deverá ser reconfigurado, para que evite entrar no ostracismo. Se os
preconceitos perduram e o temor da mudança teima em permanecer, uma realidade
é, desde já, posta à mesa: não é mais possível deter o progresso.
A educação e seu “modo
de fazer” também deverão acompanhar este avanço irremediável. O século XXI não
mais aceitará o método tradicional que preza a transmissão de conhecimentos por
um mestre a um determinado número de aprendizes predispostos – ou não – a
aprender. A velha escola, fundamentada na disciplina, na punição e na
participação discente tão-somente avaliativa, demonstra claramente sua
inaptidão aos dias de hoje. A sociedade recorre a gritos de guerra por uma
educação mais justa e de qualidade. Mas o que é esta educação? Mais
investimentos financeiros? Mais infraestrutura? Sem dúvida. Mas não será também
– e principalmente – uma reinvenção total do método educacional?
Foi-se o tempo em que
uma criança, para que mostrasse ser educada, deveria provar saber a tabuada do
0X0 ao 10X10. A contemporaneidade requer conhecimentos de vida e não somente de
laboratório. Ao invés de aprender qual é a capital do Brasil e quais são as
cores de sua bandeira, um aluno precisa saber, além destas coisas, o que
significa a divisão territorial de seu país e o que importa um símbolo como a
bandeira nacional para a sua vida. Repito: para a sua vida. A criança, ou o
jovem, nunca se interessou em aprender coisas que de nada servem para a sua
caminhada, ou que, pelo menos, não têm sentido nenhum para ele. O maior desafio
da educação e dos educadores, hoje, é despertar o interesse dos alunos pelo que
estudam.
Outro ponto importante
é o que significa estudar. Será pegar um caderno e uma caneta na mão e copiar,
rigorosamente copiar, algo que está contido em um livro ou na teia da internet?
O que se aprende nesse processo? Nada! Se houver uma mínima reflexão a esse respeito,
ver-se-á a inutilidade de tal método, ainda hoje amplamente utilizado pela
quase totalidade dos professores e alunos. De nada adianta perder tempo
copiando. Em uma escola, o objetivo não é formar datilógrafos, e sim cidadãos!
É preciso, também,
andar de mãos dadas com a tecnologia. A lousa (ou quadro-negro) representa o
passado e seus velhos paradigmas. Com ela e com o giz-de-pó, a educação parou
no tempo. Onde está o espaço da internet? Não pode ser nas respostas fáceis e
rápidas que ela oferece. Tem que ser na facilidade de informações – somente
informações – a serem encontradas, e no auxílio à comunicação. O retrocesso tem
mais chances de vingar do que o avanço. Os alunos saem despreparados da
educação básica e levam um choque ao entrar em contato com a academia, pois
nada aprenderam e tudo decoraram. Todo o valor foi dado ao também errado método
do vestibular. Pergunta: não aprenderam por serem maus alunos, ou por terem
maus professores? Nenhuma das respostas. Mas por passarem tanto tempo em um
sistema equivocado, retrógrado e sem sentido.
A escola precisa
avançar e se modernizar, e deve-se pensar em ações estratégicas que promovam
essa atualização. Como desafio régio, o interesse dos alunos pela educação
precisa ser despertado imediatamente. O que pode ser feito? Manter o aluno
matriculado na escola, ampliar o número de atividades nela desenvolvidas,
implantar já o modelo das escolas de tempo integral, aperfeiçoar o método
pedagógico, valorizar o professor e incentivá-lo a ser dinâmico e atual,
reformular o currículo, mudar, mudar e mudar. A lista de necessidades e
possibilidades é imensa e merece apreciação pela sociedade. Reflexão, antes de
tudo. É o que tento deixar a você, leitor.
TAYLOR DE AGUIAR
Estudante de Ciências
Sociais/UFRGS
Militante da Juventude
Socialista do PDT/RS