quarta-feira, 30 de julho de 2014

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UMA NOVA EDUCAÇÃO PARA UM MUNDO TOTALMENTE NOVO

O mundo chegou à pós-modernidade e, de carona com o progresso tecnológico, alcançamos a mudança drástica dos paradigmas. A sociedade acostumada à concretude da tradição e à rigidez dos costumes e dos pensamentos desmoronou, e já não será mais reerguida. Erige-se agora um mundo totalmente novo, dinâmico, avançado em termos de tecnologia e também de ideias. Muito do que se usava pensar já não será mais válido, porque foi ultrapassado e aperfeiçoado por novos métodos. Todo o antigo mapa dos pensamentos deverá ser reconfigurado, para que evite entrar no ostracismo. Se os preconceitos perduram e o temor da mudança teima em permanecer, uma realidade é, desde já, posta à mesa: não é mais possível deter o progresso.

A educação e seu “modo de fazer” também deverão acompanhar este avanço irremediável. O século XXI não mais aceitará o método tradicional que preza a transmissão de conhecimentos por um mestre a um determinado número de aprendizes predispostos – ou não – a aprender. A velha escola, fundamentada na disciplina, na punição e na participação discente tão-somente avaliativa, demonstra claramente sua inaptidão aos dias de hoje. A sociedade recorre a gritos de guerra por uma educação mais justa e de qualidade. Mas o que é esta educação? Mais investimentos financeiros? Mais infraestrutura? Sem dúvida. Mas não será também – e principalmente – uma reinvenção total do método educacional?

Foi-se o tempo em que uma criança, para que mostrasse ser educada, deveria provar saber a tabuada do 0X0 ao 10X10. A contemporaneidade requer conhecimentos de vida e não somente de laboratório. Ao invés de aprender qual é a capital do Brasil e quais são as cores de sua bandeira, um aluno precisa saber, além destas coisas, o que significa a divisão territorial de seu país e o que importa um símbolo como a bandeira nacional para a sua vida. Repito: para a sua vida. A criança, ou o jovem, nunca se interessou em aprender coisas que de nada servem para a sua caminhada, ou que, pelo menos, não têm sentido nenhum para ele. O maior desafio da educação e dos educadores, hoje, é despertar o interesse dos alunos pelo que estudam.

Outro ponto importante é o que significa estudar. Será pegar um caderno e uma caneta na mão e copiar, rigorosamente copiar, algo que está contido em um livro ou na teia da internet? O que se aprende nesse processo? Nada! Se houver uma mínima reflexão a esse respeito, ver-se-á a inutilidade de tal método, ainda hoje amplamente utilizado pela quase totalidade dos professores e alunos. De nada adianta perder tempo copiando. Em uma escola, o objetivo não é formar datilógrafos, e sim cidadãos!

É preciso, também, andar de mãos dadas com a tecnologia. A lousa (ou quadro-negro) representa o passado e seus velhos paradigmas. Com ela e com o giz-de-pó, a educação parou no tempo. Onde está o espaço da internet? Não pode ser nas respostas fáceis e rápidas que ela oferece. Tem que ser na facilidade de informações – somente informações – a serem encontradas, e no auxílio à comunicação. O retrocesso tem mais chances de vingar do que o avanço. Os alunos saem despreparados da educação básica e levam um choque ao entrar em contato com a academia, pois nada aprenderam e tudo decoraram. Todo o valor foi dado ao também errado método do vestibular. Pergunta: não aprenderam por serem maus alunos, ou por terem maus professores? Nenhuma das respostas. Mas por passarem tanto tempo em um sistema equivocado, retrógrado e sem sentido.

A escola precisa avançar e se modernizar, e deve-se pensar em ações estratégicas que promovam essa atualização. Como desafio régio, o interesse dos alunos pela educação precisa ser despertado imediatamente. O que pode ser feito? Manter o aluno matriculado na escola, ampliar o número de atividades nela desenvolvidas, implantar já o modelo das escolas de tempo integral, aperfeiçoar o método pedagógico, valorizar o professor e incentivá-lo a ser dinâmico e atual, reformular o currículo, mudar, mudar e mudar. A lista de necessidades e possibilidades é imensa e merece apreciação pela sociedade. Reflexão, antes de tudo. É o que tento deixar a você, leitor.

TAYLOR DE AGUIAR
Estudante de Ciências Sociais/UFRGS
Militante da Juventude Socialista do PDT/RS

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