sábado, 27 de dezembro de 2014

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CUBA E EUA: O SIGNIFICADO POLÍTICO DE UM DIA HISTÓRICO*

Alexandre Haubrich
O dia 17 de dezembro de 2014 é um novo marco nas relações internacionais nas Américas. Às 15h de Brasília, os governos de Cuba e dos Estados Unidos anunciaram, simultaneamente, um acordo que restabelece as relações diplomáticas entre os dois países. Como consequências imediatas, há uma troca de prisioneiros – na qual são libertados os três antiterroristas cubanos presos há 16 anos nos Estados Unidos – e a possibilidade do fim do bloqueio econômico contra Cuba. Mas o que isso representa de fato?
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A inflexão é grande, isso está claro, mas o quão profunda poderá ser só saberemos de fato nos próximos anos. Há aí uma grande conquista de Cuba – de seu governo e de seu povo – e uma grande vitória da solidariedade internacional. Ao menos politicamente, o significado simbólico do acordo é um avanço no respeito à soberania cubana, e isso é fundamental. Independente de se concordar ou não com as linhas políticas, sociais e econômicas da Revolução Cubana e os rumos que esse processo tomou e vem tomando, o respeito à soberania e à autonomia dos povos é princípio básico para relações internacionais minimamente saudáveis. Se esse respeito irá consolidar-se, é outra história.
Ações contrarrevolucionárias
Desde a chegada ao poder dos revolucionários cubanos, foram inúmeros os ataques terroristas contra Cuba. A maioria deles partiu dos Estados Unidos, ou apoiados pelo governo estadunidense ou ao menos encobertos por ele – o que dá quase no mesmo. O mais famoso desses ataques foi uma agressão direta do governo estadunidense, através da CIA e de mercenários, na tentativa de invasão de Cuba por Playa Girón, frustrada pela reação do povo cubano organizado e armado. Entre os ataques mais violentos porém menos perceptíveis de forma imediata, está o bloqueio comercial estabelecido pelos Estados Unidos contra a ilha vizinha desde 1960.
Esse bloqueio, constantemente atualizado por novas leis estadunidenses, impede não apenas que empresas sediadas nos Estados Unidos comercializem com Cuba, mas também procura evitar ao máximo que empresas estrangeiras mantenham qualquer tipo de relação com a ilha ou com os produtos ali produzidos. Dificulta inclusive a entrada de alimentos, remédios e equipamentos necessários à infraestrutura básica do país e da população. A Assembleia Geral da ONU já solicitou mais de 20 vezes o fim do bloqueio, que agora parece mais próximo do que nunca: em seu discurso neste histórico dia 17, o presidente dos EUA Barack Obama prometeu estimular um “debate sério” no Congresso sobre o fim do bloqueio. Algumas ações já começam a reduzir as cercas do bloqueio: dentre as medidas anunciadas por Obama, estão a facilitação de viagens de estadunidenses a Cuba, a autorização de vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba, a autorização para estadunidenses importarem bens de até US$ 400 de Cuba, e o início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet.
Como dito no início deste texto, a base do avanço contra o bloqueio é o restabelecimento das relações diplomáticas, rompidas desde 1961. Serão abertas embaixadas nos dois países, e, assim, amplia-se a possibilidade de diálogo. Foi nesse sentido a fala do presidente cubano Raúl Castro: “Devemos aprender a arte de conviver de forma civilizada com nossas diferenças”, disse, e reafirmou a necessidade do fim do bloqueio.
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Los Cinco Volveran
O primeiro resultado prático e visível da mudança nas relações entre os dois países é o atendimento de uma demanda do povo cubano que já durava 16 anos: a libertação dos três antiterroristas presos nos Estados Unidos. São os remanescentes dos “Cinco Heróis”, cinco agentes cubanos que se infiltraram em organizações terroristas sediadas em Miami para tentar impedir novos ataques contra Cuba. Acabaram presos, julgados em uma situação completamente desfavorável, e condenados por espionagem – de forma absolutamente injusta e influenciada pelo clamor da população de origem cubana de Miami, vinculada à contrarrevolução.
Depois de forte mobilização internacional em defesa da libertação dos Cinco – o que só poderia ocorrer com uma decisão de Obama – a troca por Alan Gross (estadunidense preso em Cuba) levou à soltura dos três que continuavam presos – Gerardo Hernández Nordelo (condenado a duas prisões perpétuas e 15 anos), Ramón Labañino Salazar (uma prisão perpétua e 18 anos) e Antônio Guerrero Rodríguez (uma prisão perpétua e 10 anos). Essa é uma grande vitória da diplomacia cubana e, sobretudo, da solidariedade internacional. A confiança e a previsão de Fidel Castro se confirmaram. Em discurso no ano 2001, o ex-presidente cubano garantiu: “La inocencia de esos patriotas es total. Solo les digo una cosa: volverán”.
Fim do bloqueio é a nova estratégia
O afrouxamento do bloqueio e as sinalizações sobre o seu fim, combinados à libertação de Gerardo, Ramón e Antônio, são vitórias de Cuba, vitórias da soberania do povo cubano, vitórias do empenho e da retidão do governo cubano e da solidariedade internacional. Ao mesmo tempo, não há que se pensar que o governo de Barack Obama transmutou-se em um governo respeitoso aos direitos humanos e aos direitos das nações, tampouco que os Estados Unidos, enquanto Estado e enquanto sociedade, dá uma guinada rumo ao respeito à soberania alheia. É preciso atenção aos próximos movimentos e às razões da mudança na forma de se relacionar com Cuba. Em seu discurso, Obama deixou claro que segue descontente com os últimos 55 anos da Cuba, mas que os Estados Unidos devem mudar de estratégia se querem o fim da Revolução. O bloqueio foi uma estratégia que durou 43 anos e não funcionou; seu encerramento é justamente a nova estratégia.
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A tendência é que, conforme o bloqueio vá caindo, o capitalismo seja despejado em uma Cuba com cada vez mais dificuldades para manter-se em confronto com ele. O processo de abertura ao capital, chamado de forma otimista e/ou eufemística de “atualização econômica” já vem acontecendo em Cuba desde que o país se viu em profundas dificuldades econômicas após o fim da União Soviética. Com a falta de um parceiro comercial e político de quem, é verdade, tinha se tornado bastante dependente, Cuba teve que recuar na construção do socialismo, e começou, principalmente a partir da segunda metade da década de 1990, a abrir espaços para a entrada do capital internacional e para o nascimento de um novo capital nacional privado. Ao mesmo tempo, o turismo começou a crescer, tornando-se a principal fonte de renda de boa parte dos cubanos e do próprio Estado. Tanto o turismo quanto a abertura à iniciativa privada trouxeram problemas: uma pequena desigualdade aflorou, por um lado, e, por outro, o deslumbramento da experiência de troca com os privilegiados que podiam viajar a Cuba levava (e ainda leva) a uma visão distorcida sobre a realidade dos países capitalistas.
Socialismo ou a morte da Revolução
Em Cuba, há pouco – por causa do bloqueio, dos equívocos econômicos, e da própria história de exploração do país pela Europa e pelos Estados Unidos –, mas não há fome, não há miséria, todos têm acesso à Saúde e Educação de qualidade. Porém, com as novelas brasileiras mostrando o Leblon nas televisões cubanas, com os turistas endinheirados mostrando os poucos vencedores de países com muitos derrotados, e com a ascensão econômica de alguns cubanos através da iniciativa privada, cria-se uma confusão de compreensão sobre a realidade de Cuba em relação aos outros países, mesmo que os cubanos estejam em níveis de politização bastante superior aos brasileiros, por exemplo. É nesse processo, de despejo de capital e de turistas endinheirados sobre Cuba, que o governo estadunidense parece apostar agora para criar novas dificuldades. Pode cair o estrangulamento econômico, mas a tendência é que seja substituído por um ataque direto à consciência socialista do povo cubano. A Revolução está preparada para isso? Talvez. O certo é que há erros que podem custar caro nesse processo. Embora seja um equívoco – quando não desonestidade – afirmar que em Cuba há uma ditadura – há eleições desde a base, organizações fortes e representativas, participação política constante –, de fato alguns erros históricos ainda enfraquecem a possibilidade de usufruto pleno do direito à política – é o caso da ausência de uma mídia descentralizada e comunitária, por exemplo. Mesmo assim, as organizações cubanas são vigorosas e, especialmente a partir dos Centros de Defesa da Revolução (CDRs), politizam ao mesmo tempo em que constroem o país através das mãos da maioria.
Em uma perspectiva histórica, 50 anos é pouco tempo. A Revolução Cubana nasceu antes, no ataque liderado por Fidel Castro ao Quartel Moncada, mas ainda assim engatinha. Embora em 1959 o povo cubano tenha conquistado o Estado e, em seguida, se apoderado de seu próprio destino e passado a controlar a economia do país, circunstâncias internas e externas levaram a retrocessos, especialmente na área econômica. Com a dinâmica histórica internacional, foi prejudicado pelas readequações e consequentes vitórias do capitalismo e, assim, das ralas elites mundiais. Depois de avanços rápidos seguidos de retrocessos, Cuba se vê hoje em fortes contradições econômicas. O socialismo derrapa e procura manter-se em pé. A possibilidade de fim do bloqueio econômico abre a possibilidade de remobilização econômica, que pode servir tanto ao avanço do capitalismo sobre Cuba quanto à retomada do fortalecimento da economia socialista, especialmente através de parceiros políticos e econômicos contumazes que terão maior facilidade em negociar com a ilha. Pode, assim, nascer um novo estímulo a uma economia soberana, popular e pujante. Com a retomada das relações com os Estados Unidos e o que isso sinaliza, não há mais como ficar parado: é avançar a passos rápidos para a retomada e refortalecimento do projeto socialista, com aprofundamento da democracia socialista e recuperação do poder econômico não-privado; ou ser invadido pelos tentáculos ideológicos e pelo canto da sereia do capitalismo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

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JS na luta pela moradia popular e pela reforma urbana




Na manhã desta segunda-feira, dia 22 de dezembro, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, aprovou por unanimidade o PL que declara 14 ocupações da capital como Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS). O projeto de lei é de autoria dos vereadores Fernanda Melchionna e Pedro Ruas do PSOL.
A Juventude Socialista de Porto Alegre, que vem acompanhando os movimentos de ocupação, não deixou de acompanhar a votação junto com os moradores das áreas.
"A luta pela moradia é uma constante nas grandes cidades do Brasil. Isso é histórico, visto que nunca houve em nosso país uma grande reforma urbana que desocupasse áreas vazias e prédios abandonados para transforma-las em moradias dignas para pessoas que não tem teto e não podem pagar aluguel. A especulação imobiliária prevalece. O capital é mais importante que a vida humana. Isso tem que acabar. A vitória da PL é o primeiro passo para uma política efetiva que dê aquelas pessoas não só o direito a morar naquelas áreas, mas também o título de propriedade, para evitar qualquer problema futuro. A luta pela moradia é uma bandeira trabalhista" - afirma Fábio Melo, historiador e militante da JS.

























Abaixo a relação das 14 ocupações:

- Capadócia

- Progresso
- Império
- Sete de Setembro
- Vinte de Novembro
- Dois Irmãos
- São Luiz
- Bela Vista
- Nossa Senhora
- Cruzeirinho 
- Continental
- Oscar Pereira
- Morada dos Ventos
- Marcos Klassmann

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

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PETROBRAS: Patrimônio de todos os brasileiros, um legado trabalhista




Acompanhamos todos os dias na TV e nas redes sociais os desdobramentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que está desvendando um complexo esquema de corrupção na maior estatal brasileira, a PETROBRAS. A grande mídia é, historicamente, golpista, não há dúvida, mas não estamos alienados dos fatos. As investigações da citada operação da PF trazem à população os nomes de empresas, partidos e políticos. Nós, Juventude Socialista, trazemos por meio deste manifesto, um veemente e convicto repúdio a este escândalo que envolve um dos legados do governo trabalhista de Getúlio Vargas.
Temos clara consciência da importância da Petrobras no desenvolvimento e na história do Brasil. A empresa não é apenas a obra de Vargas, mas também de todo povo brasileiro que saiu às ruas e ergueu a bandeira do “Petróleo é Nosso” com o mais puro sentimento de defesa das riquezas nacionais. Criada pela Lei nº 2004, cujo projeto é de autoria do senador Alberto Pasqualini, no segundo governo Vargas (1951-1954), a Petrobrás reflete o projeto de nação independente e soberana que o trabalhismo defende. Em pouco tempo de atividade, se tornou um verdadeiro patrimônio de todos os brasileiros. Nem mesmo a sombria ditadura, instalada em 1964 sob a tutela do imperialismo, conseguiu desmontar a nossa Petrobras. A empresa continou com o monopólio do petróleo, bem como sua extração, refino e transporte.
Com o fim dos “anos de chumbo” e com a transição conservadora para a democracia, a “onda neoliberal” chegou com a seguinte máxima: “estado menos, mercado mais”. Neste sentido, a prioridade dos governos deveria ser a privatização das empresas estatais, que segundo uma lógica perversa e espoliativa, seriam empresas que só tornavam o estado “pesado”, “lento” e “burocratizado”.
Em 1997, o governo FHC, do PSDB, sancionou a Lei nº 9478 em prol das forças neoliberais. Por esta “nova lei do petróleo”, que revogou a Lei nº 2004, empresas privadas poderiam atuar nas diversas áreas da cadeia produtiva do petróleo (extração, refino e transporte). A lógica desta lei era simples: se não se podia privatizar totalmente um patrimônio público dos brasileiros, pode-se colocar a iniciativa privada no porcesso, gerando lucros para os capitalistas e não para o país como um todo. O PSDB e seu presidente FHC passaram para nossa história como lacaios, servis, fracos e entreguistas a favor do neoliberalismo.
Nos últimos 10 anos o governo do PT consolidou este modelo de neoliberalismo no Brasil. O modelo do PSDB foi intensificado e aperfeiçoado com os govrnos Lula e Dilma. Mesmo tendo influência no legislativo federal, o PT não conseguiu reverter as privatizações. Mas foi além. Se mostrou extremamente conivente com os esquemas esdrúxulos de corrupção que envolvem a Petrobras. Ao invés de atacarem o problema, preferem sempre jogar com a estratégia mediocre “o esquema surgiu no governo anterior”. Sabemos o quão nocivo foi o governo FHC/PSDB para o patrimônio nacional, mas também temos consciência que simplesmente dizer que “não sabia de nada” também é nocivo e extremamente vil. As investigações apontam claramente o envolvimento de partidos e políticos. Que sejam punidos a partir da legislação vigente.
A Juventude Socialista do PDT de Porto Alegre, não poderia ficar calada neste momento. Enquanto trabalhistas temos a obrigação de bradar em defesa de uma Petrobras livre de esquemas de corrupção. Uma empresa verdadeiramente pública preocupada com o desenvolvimento humano e social, cujos lucros não sejam revertidos para os bolsos de um punhado de empresários capitalistas corruptos, mas sim que sejam revertidos para a educação nacional, construíndo universidades, qualificando o ensino básico e os professores de todo país. Que a Petrobras seja usada para programas de saúde pública que evitem as filas e as longas esperas em hospitais e nos postos de saúde. Estamos e continuaremos firmes em nossos objetivos. Defenderemos com vigor e audácia nosso patrimônio nacional.


A PETROBRAS É NOSSA!!!




"Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate."

(Getúlio Vargas - Carta Testamento, 1954)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

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Autópsia para determinar causa da morte de Jango é inconclusiva*



A autópsia dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, morto há 38 anos no Argentina, não identificou a presença de medicamentos tóxicos ou veneno que pudessem ter causado a morte de Jango, como era conhecido. O laudo final da perícia dos restos mortais concluiu que o ex-presidente, deposto pela ditadura miliar, realmente pode ter sido vítima de um enfarte, como foi informado à época por autoridades do regime militar, devido a histórico de cardiopatias.
A negativa da presença de medicamentos tóxicos ou veneno, no entanto, não significa que Jango não tenha sido assassinado. De acordo com peritos que participaram das investigações, as análises foram prejudicadas pela ação do tempo. “Do ponto de vista científico, as duas possibilidades [morte natural e envenenamento] se mantêm”, disse o perito cubano Jorge Perez, indicado pela família Goulart para participar das investigações. Foram investigadas 700 mil substâncias químicas, de um universo de mais de 5 milhões conhecidas.
“Os resultados podem concluir que as circunstâncias são compatíveis com morte natural. O enfarte pode ser compatível, mas a morte pode ter sido causada por outras cardiopatias”, diz trecho do relatório final das análises. “A negativa [da presença de veneno] não permite negar que a morte tenha sido causada por envenenamento” diz outro trecho.
O filho de Jango, João Vicente Goulart, disse que a família já esperava que o resultado não fosse conclusivo. Ele reivindicou que o Estado brasileiro faça o compartilhamento de documentos com outros países e que cobre o depoimento de agentes americanos que contribuíram com o regime militar brasileiro.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, ressaltou que o laudo pericial não concluiu as investigações da causa da morte de Jango. “Um laudo pericial é parte de um processo de investigação e não uma conclusão em si. Há uma investigação que está em curso pelo Ministério Público. Já que a morte de Jango ocorreu na Argentina e como há a suspeita de que ela esteja relacionada à Operação Condor, o Ministério Público da Argentina também está analisando o caso”, disse.
Ideli ressaltou que, apesar de o laudo ser inconclusivo, o processo de análise por si só é um resgate à memória do ex-presidente. “Apenas em uma democracia poderemos realizar uma cerimônia como essa. E só com o compromisso político de resgatar a memória podemos concluir essa etapa de resgate da figura importante do presidente João Goulart para o país”, acrescentou a ministra.
A análise dos restos mortais de Jango teve início no dia 13 de novembro do ano passado e foi feita por laboratórios do Brasil, da Espanha e de Portugal. O trabalho também foi acompanhado por peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, representantes da Cruz Vermelha, do Ministério Público Federal, além da família de Jango. O resultado será entregue à família do ex-presidente e posteriormente à Comissão Nacional da Verdade.
Deposto pelo regime militar (1964-1985), Jango morreu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado. Por imposição do regime militar brasileiro, o corpo de Goulart foi enterrado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por autópsia. Desde então, existe a suspeita de que a morte tenha sido articulada por autoridades das ditaduras brasileira, argentina e uruguaia, em meio à Operação Condor.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

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Reunião da JSPOA na quinta, dia 4, às 13h.




Reunião da JSPOA nesta quinta (dia 4) às 13h. na bancada do PDT, 5º andar da Assembleia Legislativa.

Pauta:

- Planejamento das ações da JS em dezembro;

- Comunicação: "organização do Jornal";

- Assuntos gerais;

Te aguardamos lá.
Saudações trabalhistas!!!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

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NOTA DE REPÚDIO

A Juventude Socialista PDT de Porto Alegre reproduz aqui a NOTA DE REPÚDIO da JS estadual sobre a votação das aposentadorias dos deputados estaduais.


NOTA DE REPÚDIO

A Juventude Socialista do PDT manifesta sua posição contrária e reafirma suas convicções de não compactuar com a posição dos nossos deputados estaduais que votaram a favor da aposentadoria especial, legislando em causa própria. O nosso partido sempre foi de vanguarda, lutando pelos interesses do povo trabalhador e nunca se curvou aos privilégios de qualquer categoria, em especial a “classe política”.

Vivemos em uma sociedade diariamente surpreendida pelos escândalos e denúncias de corrupção, que invariavelmente atingem o meio político, duramente questionado pela sua atuação. Este projeto vem na contramão daquilo que a sociedade espera dos seus representantes, uma vez que não constou das plataformas eleitorais anunciadas pelos nossos candidatos, não tramitou nos espaços constituídos do Legislativo e ganha diversos questionamentos legais e constitucionais. A sociedade, em número expressivo ausente do processo eleitoral, conforme apontam as abstenções e votos nulos, sinaliza o seu distanciamento dos espaços de representação, o que é grave para a nossa democracia. Propostas que não representam a vontade popular em nada contribuem para o debate político.

Juventude Socialista do PDT/RS







quinta-feira, 20 de novembro de 2014

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Dia da Consciência Negra: Entre a reparação e o mar de sangue

Por Rafael Zanvettor
Caros Amigos



No dia 20 de novembro deste ano completam 319 anos da morte do último líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi. O dia foi institucionalizado como feriado da Consciência Negra, lembrando o assassinato da liderança que lutou contra a escravidão e a opressão de seu povo.  Estima-se que 20 mil quilombolas chegaram a viver no complexo de quilombos que levou o nome de Palmares, no estado do Alagoas, onde lutaram pelo direito de viver em liberdade, longe da violência cotidiana dos fazendeiros brancos.
Passados três séculos da dissolução do quilombo, a situação em que vive o povo negro no Brasil ainda é extremamente desoladora. Dos milhares de jovens que são vítimas da violência no País, a imensa maioria é negra. Ao passo que os negros são minoria em cargos de poder, e recebem salários mais baixos que o branco. 
Os dados lastimáveis, no entanto, não devem significar a derrocada da ideia de justiça e igualdade para os negros. Graças à mobilização do movimento negro dos últimos 30 anos, cada vez mais ações de reparação histórica e conscientização tem sido realizadas no Brasil. A partir do governo de Lula foram instauradas ferramentas institucionais que buscam, na medida do possível, minimizar o estrago causado pela escravidão e pelo racismo institucionalizado, embora sempre negado.
Importância
Para o diretor da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (UneAfro), Douglas Belchior, o 20 de novembro “é uma data importante, de resistência e de luta, construída pelo movimento negro brasileiro. Infelizmente, as instituições, os governos e o Estado não valorizam e não dão importância nem para o dia e nem para a luta do povo negro brasileiro, pois, apesar de termos esse dia, ele não é um feriado nacional, e em muitas cidades onde há o feriado, os governo não promovem políticas de igualdade racial e combate ao racismo. Pelo contrário, cada vez mais reproduzem o racismo institucional”. Os dados da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República parecem confirmar o diagnóstico do educador, pois, segundo o órgão, apenas 18% dos municípios do País adotaram a data como feriado.
O doutor em direito e presidente do Instituto Luiz Gama, Silvio Luiz de Almeida, vê a data como um momento de reflexão: "A gente tem que compreender as desigualdades que existem no Brasil, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista político, são estruturadas a partir da clivagem de raça, a partir das diferenças raciais. O dia da consciência negra é um dia para lembrar de como o nosso País é formado por uma série de divisões, de conflitos. Mas também é um dia para a gente pensar em como é possível superar essas divisões e como é possível, através da superação do racismo e das desigualdades, a construção e um País mais justo".
Cotas
Desde 2003, quando a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) instituiu pela primeira vez no Brasil o sistema de reserva de vagas para alunos negros e de escola pública, o número de alunos negros nas universidades federais só aumentou. Em 2003 os negros representavam 5,9% dos alunos e pardos, 28,3%; em 2010, esses números aumentaram para 8,72% e 32,08%, respectivamente.
Em 2012, por meio da lei federal 12.771, a reserva de vagas para negros, pardos, indígenas e oriundos de escola pública se tornou obrigatória em todas as universidades federais. Apesar de enfrentar resistência em algumas universidades, em apenas um ano a lei conseguiu garantir um aumento significativo na reserva de vagas para negros. Em 2012, apenas 31% das universidades federais tinham política de cotas, porcentagem que passou para 100% em 2013.
Para Douglas Belchior, “A política de cotas foi bem sucedida no que se propõe. As universidade públicas, que sempre foram ilhas de exclusão e afirmação do privilégio branco, se tornaram lugares em que a presença do negro é uma realidade, ainda que pese que em proporção menor do que a presença do negro na sociedade”.
Nas universidades estaduais, por exemplo, ainda há muita resistência ao programa de cotas, principalmente no Sudeste. As duas grandes universidades paulistas, a Universidade de São Paulo (USP) e a Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, se recusam a adotar o sistema de cotas e fornecem apenas bônus aos alunos da escola pública, medida que é vista por especialistas como extremamente problemático. “O problema é que ainda há uma mentalidade atrasada e racista que discorda da aplicação de cotas como melhoria do Estado e equiparação racial”, afirma o diretor.
Insuficiência
Ele ressaltou também que uma das dificuldades do funcionamento das cotas nas universidades tem uma causa que não está diretamente relacionada com educação: “Tivemos avanços com as cotas, mas ainda é pouco diante do genocídio. É preciso que o jovem negro esteja vivo para usufruir das cotas. O mesmo estado que propõe uma política afirmativa que se reivindica inclusiva é o mesmo estado que promove a morte”.
Por outro lado, Silvio Luiz, do Instituto Luiz Gama, insiste que as cotas são apenas um passo, que nunca deixará de ser insuficiente enquanto fim em si mesmo, na construção de uma sociedade mais igualitária: "O que mobiliza toda nossa energia nos movimentos sociais, nas organizações nas quais pertencemos, nas batalhas intelectuais, é a construção de um horizonte onde não haja desigualdade. Enquanto houver cota, enquanto as cotas forem necessárias, é porque o mundo ainda está vivendo em patamar de desigualdade".
Educação
Para Douglas Belchior, um dos exemplos mais claros do racismo institucional é o caso da lei 10.639, que obriga o ensino da história e cultura africana nas escolas públicas e que, apesar de ter sido sancionada há 11 anos, é aplicada por uma minoria de instituições de ensino. “Um exemplo do racismo institucional é a inoperância do estado frente à lei 10.699, porque se tem um lugar para combater o racismo é na educação. Este é um dos mecanismos que tornaria a educação um instrumento de combate ao racismo com o ensino da história da África, da cultura e literatura africana”, afirma.
Poder
No entanto, não é apenas nas universidades onde faltam negros em seus espaços, mas em todos os cargos de poder. Apenas recentemente iniciativas de reparação começaram a ser tomadas em relação à participação de negros em postos melhores no mundo do trabalho. Por isso, este é, para o presidente do Luiz Gama, um dos fatores que fortalecem o racismo institucional no Brasil.  "A dimensão mais profunda desse problema da ocupação de espaços de poder é o fato de que o racismo legitima situações de exclusão e violência. Quando você não tem um negro ocupando um espaço de decisão, simbolicamente, isso se traduz para a sociedade como sendo a naturalização do negro em um lugar subalterno", afirma Silvio Luiz.
Uma olhada para o Congresso Nacional basta para perceber como o racismo institucional está enraizado na sociedade brasileira. Segundo pesquisa realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral, apenas 22 dos 513 deputados eleitos este ano se declararam pretos, o que corresponde a 4,3% da Câmara dos Deputados. A Bahia, que segundo censo de 2010 realizado pelo IBGE tem 76% de habitantes pretos ou pardos, elegeu 19 dos 39 deputados, o que dá pouco menos que os deputados brancos.
No dia 9 de junho deste ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que reserva 20% de vagas de concursos públicos federais para negros. As reservas de cargos são válidas para concursos de administração pública federal, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e empresas mistas controladas pela União. Com a medida, deve aumentar significativamente o número de negros em cargos públicos, que até este ano eram ilhas de privilégio branco. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2007 e 2012, apenas 5,9% dos que ingressaram na área de diplomacia através de concurso público eram negros. Em outras áreas, como desenvolvimento tecnológico e na estatal Inmetro, a participação de negros não ultrapassou os 10%. Nos cargos de auditor da Receita Federal, procurador da Fazenda Nacional e oficial da chancelaria, empregos com alto prestígio e salário generoso, a participação de negros não chegou a 15%.
Atitudes semelhantes têm sido tomadas também em alguns municípios, como a decisão na cidade de São Paulo, em dezembro do ano passado, de que “todos os órgãos da administração pública direta e indireta do município de São Paulo ficam obrigados a disponibilizar em seus quadros de cargos em comissão e efetivos o limite mínimo de 20% das vagas e/ou cargos públicos para negros, negras ou afrodescendentes”.
Apesar de aumentar a participação de negros em cargos públicos, as medidas que reservam 20% das cotas são criticadas pelos movimentos negros, que reivindicam que a proporção de cotas reservadas seja igual à proporção de negros no estado onde acontece o concurso.
Por outro lado, um dos efeitos positivos que as conquistas do movimento negro trouxe foi uma conscientização maior da identificação com o negro. Em 10 anos, de 2000 a 2010, a população autodeclarada negra ou parda passou de 44,7% para 51%, o que mostra que a população negra passou a ter mais consciência sobre si mesma, e passou a compor oficialmente mais da metade da população brasileira.
Empresas privadas
Nas empresas privadas, porém, a situação não se alterou, e os cargos mais altos ainda são reservas de privilégio branco. "É preciso avançar para uma discussão de cotas no mercado de trabalho do setor privado; e de cotas raciais na contratação de empresas, privilegiando empresas que tenham diversidade racial. A gente precisa desconstruir essses símbolos que promovem a hierarquia racial no País", defende o advogado.
Violência
No entanto, o fator que tem mais impacto na vida cotidiana do povo negro é a violência. Segundo dados do 8º Anuário de Segurança Pública, divulgado no dia 10 deste novembro, os negros representam 68% das vítimas de homicídio no Brasil e 61% dos encarcerados. Entre as vítimas de assassinatos, a esmagadora maioria é composta por jovens que não chegam aos 30 anos.
Entre as vítimas de assassinatos, a esmagadora maioria é composta por jovens que não chegam aos 30 anos. Em 2012, 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, segundo dados da Anistia Internacional, 30 mil destas são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticada por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados.
Para a coordenadora da campanha “Reaja ou será morto, reaja ou será morta”, Andreia Beatriz, a data não é motivo de comemoração: “Infelizmente, para nós, novembro é mais um mês de luta, mais um mês de comparecer a velórios e de manter a luta”. Para a militante, é necessário reconhecer o legado de Zumbi e o dia da Consciência Negra, mas, justamente pela violência extrema que o povo negro sofre cotidianamente, não pode ser uma data de celebração. “Para nós, da campanha “Reaja”, o  20 de novembro tem se tornado um mês de festas, mas o legado que o Zumbi nos deixou é incompatível com o que tem acontecido contra nosso povo atualmente”, afirmou ela.

Pelo mesmo motivo, a campanha não reconhece avanços enquanto continuar a barbárie contra seu povo. “Veja este último caso de um jovem de 16 anos, do bairro de periferia do São Cristóvão, em Salvador. Ele foi sequestrado, retirado do convívio de sua família David Fiúza. Para nós ele é uma das vítimas mais recentes e um exemplo de como o estado tem nos tratado, como podemos falar em avanços? Quando um jovem desses morre, nós não podemos falar em avanços. O que reconhecemos neste mês é o legado de resistência”.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

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Democratizar os meios de comunicação e combater os atos reacionários da mídia burguesa


Eduardo Vasco

Está mais do que na hora de se democratizar os meios de comunicação, para tirar o monopólio de uma meia dúzia de burgueses que manipulam a opinião pública.

"[O operário] deveria recordar-se sempre [...] que o jornal burguês (qualquer que seja sua cor) é um instrumento de luta movido por ideias e interesses que estão em contraste com os seus. Tudo o que se publica é constantemente influenciado por uma ideia: servir a classe dominante, o que se traduz sem dúvida num fato: combater a classe trabalhadora."
Antonio Gramsci

Para o grande filósofo marxista italiano Antonio Gramsci (1891-1937), o Estado burguês controla a classe trabalhadora por meio de dois processos paralelos: a sociedade política, que pode ser entendida como o conjunto dos aparelhos burocráticos do Estado para legitimar o uso da força contra o povo, e a sociedade civil, o conjunto dos aparelhos ideológicos para manipular por meio das ideias a classe trabalhadora. Neste último, se enquadram, dentre outros, a Igreja, a Escola e a Mídia.
A imprensa, e a mídia em geral, difunde ideias, transmitindo o pensamento burguês para alienar as massas, cujos interesses são antagônicos aos da elite burguesa, dona dos meios de produção e dos meios de comunicação.
A grande mídia mente quando fala que transmite a pluralidade. Na verdade, transmite somente um tipo de pensamento: o pensamento dos patrões.
Isso é muito fácil de se perceber. É só vermos quem são os donos dos meios de comunicação. Uma meia dúzia de famílias burguesas controla quase toda a mídia no Brasil. Todas essas famílias já eram ricas quando conseguiram a concessão pública dos meios, e multiplicaram os seus lucros com esse grande negócio sujo que é a mídia brasileira.
Esses grandes corruptos que compõem a máfia da comunicação no Brasil ganham milhões a cada ano apenas com verba federal. São parasitas que usam dinheiro dos cofres públicos para manipular as massas para seus próprios interesses.
Oito grupos concentram 70% dos R$ 161 milhões da verba de publicidade federal – sem contar publicidade da Petrobras e da Caixa Econômica Federal – destinados aos 3 mil meios de comunicação que recebem esse dinheiro, segundo dados equivalentes ao período 2011-2012, compilados pela Folha de S. Paulo.
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Além de sonegarem impostos, como o caso das Organizações Globo, que sonegaram R$ 1 bilhão para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo de Futebol de 2002, e até agora ficou por isso mesmo.

Os grandes capitalistas burgueses que controlam a mídia sempre estiveram alinhados ao poder e exercem uma função muito importante para a exploração do povo.
Roberto Marinho, então dono do jornal O Globo, foi um dos principais propagadores do Golpe Militar de 1964 e ganhou de presente, um ano depois, a Rede Globo de Televisão, o principal porta-voz das mentiras do regime, cuja criação se deu de maneira ilegal.
Sempre andando de mãos dadas com os mais importantes políticos da direita brasileira, Marinho mantinha estreita amizade até mesmo com os presidentes da época ditatorial, como recorda o próprio sitede acervos sobre o maior barão da mídia nacional: "O empresário e jornalista também manteve estreita amizade com o general João Batista Figueiredo (...) Figueiredo e a esposa, Dulce, frequentavam a casa do Cosme Velho, participando de jantares com o empresário (...)".
Durante esse período, Marinho foi o civil brasileiro que mais enriqueceu. Por que será? Desde 1987, quando foi divulgado o primeiro ranking da revista Forbes, os Marinho aparecem como uns dos mais ricos do Brasil.
Atualmente a família de Roberto Marinho é a mais rica do país e os três irmãos que herdaram a fortuna do pai estão entre os dez maiores bilionários do Brasil.
Após a queda do Regime Militar, a Globo continuou servindo como o principal meio de alienação cultural dos burgueses contra o povo. Basta lembrar do debate entre Lula e Collor em 1989, o qual aemissora interferiu diretamente para favorecer o candidato da direita, pois Lula tinha boas chances de vencer as eleições.
A Globo é o maior, mas não é o único império da comunicação no Brasil. Seis conglomerados privados controlam mais de mil veículos de comunicação no país, de acordo com dados do projeto Donos da Mídia.
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Isso revela novamente o monopólio, ou, eufemisticamente falando, o oligopólio da mídia burguesa, o que viola claramente a Constituição Federal, que diz em seu artigo 220: "Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio", e vai contra as recomendações até mesmo de organismos internacionais, como a própria Organização das Nações Unidas.
Edir Macedo (dono da Record) e Silvio Santos (dono do SBT) também aparecem no ranking dos maiores bilionários brasileiros e se beneficiam da manipulação dos meios de comunicação.
A maior parte da fortuna de Edir Macedo vem da Record, comprada em 1990 do próprio Silvio Santos. Macedo, que é bispo fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, inaugurou há pouco tempo, em São Paulo, o Templo de Salomão, uma réplica do original, gigantesco. No dia da inauguração, estiveram presentes diversos politicos, desde a presidente da República até o prefeito da cidade, mostrando a influência do bilionário no mundo político, o que pode explicar a possível fraude e sonegação milionária de impostos na construção do Templo, sem alvará.
Já a empresa de comunicação de Silvio Santos, o SBT, emprega uma das mais reacionárias jornalistas que mostram a cara na televisão brasileira, a ultradireitista Rachel Sheherazade, que já apresentou diversas vezes seu desprezo pelos direitos humanos e contra as classes exploradas.
Tal qual Sheherazade, outro famoso apresentador dos telejornais brasileiros é Boris Casoy, que durante a Ditadura Militar foi membro do Comando de Caça aos Comunistas, um grupo terrorista de extrema-direita e famoso por suas posturas reacionárias contra a classe operária.
Boris trabalha na TV Bandeirantes, outro meio de comunicação burguês que busca de todos os modos criminalizar as classes subalternas da sociedade. Neste ano, a emissora fez uma série de reportagens condenando os índios em prol dos interesses dos latifundiários.
Outra família da máfia dos meios de comunicação que aparece no ranking da Forbes das mais ricas do Brasil é a família Civita, dona do grupo Abril, que controla a revista Veja, famosa por suas matérias totalmente parciais, que não respeitam a ética jornalística e que é talvez a principal difusora das ideias burguesas contra os movimentos da classe trabalhadora, e que tentou interferir nas eleições presidenciais recentemente.
Na grande mídia impressa também podemos citar O Estado de S. Paulo e a Folha de S. Paulo, os dois maiores jornais do País, junto com O Globo, já citado veículo das Organizações Globo.
O Estadão pertence à família Mesquita, cujo dono nos anos 60 era o empresário e jornalista Júlio de Mesquita Filho, outro magnata da mídia que conspirou contra o povo e apoiou o Golpe Militar. O próprio jornal, cinquenta anos depois, reconheceu isso, em matéria escrita com a clara intenção de se fazer de vítima mas que descreve claramente, juntamente com as declarações de Ruy Mesquita, ex-diretor do periódico e filho do então conspirador, o caráter golpista e terrorista da imprensa brasileira.
"O jornalista participava de encontros secretos, muitas vezes em sua residência, quando as Forças Armadas não pareciam dispostas a intervir no quadro político", relata um trecho da matéria. "Houve até contribuições para compra de armas no Paraguai", declarou Ruy Mesquita.
A matéria também descreve que "armamento era clandestinamente transportado para os companheiros de conspiração no Rio de Janeiro", revelando o apoio contrabandista de Mesquita aos militares.
Octavio Frias de Oliveira, dono da Folha de S. Paulo, também apoiou a Ditadura Militar. A Folha emprestou viaturas de distribuição de jornal para a Operação Bandeirante perseguir e torturar os opositores do regime.
Mais recentemente, há poucas semanas, a Folha censurou um artigo do renomado jornalista Xico Sá, por declarar apoio à presidente Dilma Rousseff em sua coluna, pouco antes do segundo turno das eleições. O jornalista não aceitou os desmandos do patrão e pediu demissão dessa "imprensa burguesa", termo que ele mesmo usou, desabafando nas redes sociais.
Como vimos, a burguesia nem sempre precisa da coerção, da violência legal do Estado. Ela usa armas mais sutis, nos manipulando todos os dias ao falar que seus valores são absolutos, e isso chega a todos os lares, por meio da imprensa monopolizada.
Esses são apenas alguns dos muitos exemplos que temos, da história e do dia a dia, para revelar a verdadeira face da grande mídia brasileira, que sufoca os diversos grupos sociais das classes dominadas, geralmente desinformando sobre temas de interesse público, ou até mesmo não noticiando.
Por isso é urgente a regulação dos meios de comunicação, a democratização da mídia, para que exista uma verdadeira pluralidade, para que os assuntos relevantes para a sociedade sejam discutidos, para que as velhas mentiras sejam desmascaradas e para que o povo tenha voz nesse sistema cada vez mais midiatizado, em que os meios de informação tem um papel preponderante na construção das ideias e da cultura.


FONTE:http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/402-comunicacom/52452-a-necessidade-de-democratizar-os-meios-de-comunica%C3%A7%C3%A3o-para-combater-a-hegemonia-burguesa.html

terça-feira, 11 de novembro de 2014

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Militantes da JS se reúnem com o presidente do PDT RS, Pompeu de Mattos

A presidenta da JS de Porto Alegre Natashe Inhaquite e o militante Fábio Melo estiveram em reunião com o presidente estadual do PDT, Pompeu de Mattos. A pauta foi sobre a Rádio da Legalidade, instalada na sede estadual do partido. 
"A Juventude Socialista quer participar da rádio, pois acreditamos que este instrumento pode nos ajudar a mobilizar e trazer mais militantes para ocuparem o espaço partidário" - afirmou Fábio Melo.
Natashe também frisou o papel ativo que a JS de Porto Alegre tem desempenhado neste ano de 2014, distribuindo o jornal "Folha Trabalhista", elaborado pelos próprios militantes, realizando formações políticas e dialogando com nossos vereadores, deputados e dirigentes. 



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JS PDT distribui o FOLHA TRABALHISTA no centro de Porto Alegre

Nesta última sexta-feira (07/11/2014) a Juventude Socialista de Porto Alegre esteve presente no Largo Glênio Peres para mais uma atividade de entrega da Folha Trabalhista! A esquerdização das nossas bandeiras só será efetivamente cumprida através do contato direto com trabalhadores e estudantes e a partir da desmistificação da atividade política no cotidiano da população.

Vamos em frente!













quinta-feira, 6 de novembro de 2014

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Calendário de atividades da JS para o mês de novembro

Atividades:

07.11 - Distribuição do "Folha Trabalhista" na ALERGS e Câmara Municipal, às 15:00; às 17:00 tem atividade na frente da prefeitura;
11.11 - Irmão Pedro (11h. no PDT);
14.11 - Objetivo e Rosário (11h. em frente ao Rosário);
18.11 - Universitário e Unificado do centro (11h. na ALERGS);
21.11 - Israelita (ponto de encontro a definir);
25.11 - Paula Soares e Julinho;
28.11 - Indefinido;

- Sobre o Retiro da JS ainda estamos organizando algumas coisas para confirmar se de fato conseguiremos levar adiante. 


ADELANTE CAMARADAS!!!

sábado, 1 de novembro de 2014

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Afinal, o que é bolivarianismo?

Por Jones Makaveli*

Historicamente falando, toda vez que a classe dominante da América Latina se colocava contra um governo ou uma política pública popular, eles sempre usavam a pecha de "populismo" para desqualificá-la. O roteiro é o mesmo: populismo, corrupto, engana o povo, o povo é ignorante e vota com a barriga, etc. Mas de uns anos pra cá temos um novo vocabulário da direita reacionária: ao lado do clássico "populismo" temos o "chavismo" e o "bolivarianismo".

Então é importante refletir sobre o que é "bolivarianismo".




Adianto que definir o que é bolivarianismo não é fácil. Vários governos de vários países, com muitas diferenças entre si, reivindicam o título de bolivarianos: Equador, Bolívia, Venezuela e Nicarágua. Portanto, vou tentar de forma simples e rápida definir as principais características do que entendo por bolivarianismo:
(a) Democracia protagônica: Venezuela, Equador e Bolívia passaram por fortes mobilizações populares que levaram governos de esquerda ao poder. Todos esses governos, de formas diferentes, promoveram uma ampla reorganização do sistema político – o processo de refundação do Estado. Essa reorganização criou um sistema político com forte democracia participativa, secundarização da representação, fortalecimento do Executivo (para combater as oligarquias locais) e intensa participação popular. Tomando a Venezuela como exemplo, lá temos revogação de mandatos em todos os níveis, amplo uso de plebiscitos e referendos, a divisão do Estado é feita em cinco poderes e um deles (poder eleitoral) é responsável por promover a democracia em amplas esferas sociais (como organizar eleições de associação de bairro para profissionalizá-las e evitar fraldes, etc.) e forte participação popular na elaboração e execução de políticas públicas. A Venezuela tem as "Comunas" que muitas vezes ficam responsáveis por executar orçamentos, definir e executar projetos (por exemplo: uma favela vai ser urbanizada, a Comuna local organiza os trabalhadores, faz as obras, compra os materiais, etc., e o Estado oferece a assistência técnica e o orçamento necessário). As Comunas são muito mais avançadas que o orçamento participativo do Brasil. Com certas variações, o mesmo pode ser dito para Bolívia e Equador. A representação não é descartada. Contudo, existe um esforço institucional de usá-la ao necessário e dotar o povo de poder real de decisão.
(b) Nacionalismo econômico e igualitarismo: outro elemento importante do bolivarianismo é seu nacionalismo econômico e a defesa de um projeto de igualdade social. Por ter como base social a população mais pobre das favelas e a classe trabalhadora, os governos bolivarianos investem fortemente em programas sociais de distribuição de renda, ampliação e melhoramento dos serviços públicos e ampliação dos direitos sociais. Essa política é possível devido à nacionalização de setores estratégicos da economia (petróleo, mineração, gás natural, etc.) e o uso da renda advinda desses setores para os investimentos sociais. De novo tomando a Venezuela como exemplo, ela é o país com menor índice de desigualdade social da América Latina (segundo dados da CEPAL).
(c) Anti-imperialismo cultural: a América Latina tem uma longa história de dominação cultural, negação das tradições culturais locais e assimilação do eurocentrismo. Os governos bolivarianos, de novo em graus e formas diferentes, promovem uma ampla política cultural e educacional de valorização dos saberes locais, da cultural local e de enfrentamento ao colonialismo cultural e científico. Normalmente, essa política de valorização passa pelo fortalecimento da cultura indígena e do seu modo de viver. A Bolívia parece ser o símbolo maior nessa área: A McDonalds e a Coca-Cola fecharam suas filiais no país, o Estado investe na criação de faculdades indígenas e na valorização da produção artística local.
Por fim, podemos dizer, na forma de síntese, que o bolivarianismo representa: um sistema político com forte participação popular direta, uma política econômica voltada a um nacionalismo e a um igualitarismo social e uma cultura fortemente anti-imperialista, de valorização dos saberes e formas de viver locais. Portanto, bolivarianismo é uma coisa muito boa e felizes seríamos nós se os governos do PT [Brasil] fossem bolivarianos. A direita que acusa de bolivarianismo o menor sinal de participação popular é como os liberais e conservadores descritos por José Murilo de Carvalho:

"Pelo lado da direita, o golpismo não é novidade. Desde 1945, liberais e conservadores vinham tentando eliminar da política nacional [Getúlio] Vargas e sua herança. O liberalismo brasileiro não conseguiu assimilar a entrada do povo na política. O máximo que podia aceitar era a competitividade entre setores oligárquicos. O povo, representado na época pela prática populista e sindicalista, era considerada pura massa de manobra de políticos corruptos e demagogos e de comunistas liberticidas. O povo perturbava o funcionamento da democracia dos liberais. Para eles, o governo do país não podia sair do controle de suas elites esclarecidas" (Cidadania no Brasil - O longo caminho. Civilização Brasileira, 2010, p.151).

*Jones Makaveli é graduando em História pela Universidade Federal do Pernambuco/Brasil.
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FOLHA TRABALHISTA - novembro de 2014



RUMOS DA ESQUERDA TRABALHISTA

Fábio Melo*

Após uma tensa campanha eleitoral que deu a vitória a uma coalizão de centro-esquerda, com a aliança PT-PMDB, mas que também conta com o nosso PDT, é hora da Juventude Socialista-PDT de Porto Alegre pensar suas práticas e projetos políticos e apontar quais as prioridades, tanto para 2015 como para 2016, ano de eleições.
O ano de 2014 está quase no fim. A Juventude de Porto Alegre, deve ser a vanguarda partidária para a ESQUERDIZAÇÃO do PDT. Sendo assim, devemos manter contato com outros movimentos internos e externos ao partido. Escolas, cursinhos, ocupações, bairros e universidade são espaços que a JS deve ocupar, não só para agregar mas também para mostrar seu ponto de vista, seu projeto de nação e de Estado.
As bandeiras trabalhistas estão em vários discursos. Reforma Urbana, Agrária, Educacional são, historicamente, as bandeiras do trabalhismo desde a década de 1960. Agora, devemos construir a Reforma Política. É hora de mostrar que rumos seguiremos. Nossa Juventude Socialista estará na luta.

CONTAMOS COM VOCÊ!!!


* Historiador e militante da JS PDT de Porto Alegre



TRABALHISMO REVIGORADO

Ricardo Ferreira Poersch*

Nosso partido foi criado para ser um novo PTB. Um PTB moderno, que retomasse o legado de Vargas e reivindicasse as reformas que não puderam ser aplicadas por Jango. Brizola começou a formação do novo partido em 1979 e junto com Darcy Ribeiro e outros intelectuais adicionou ao antigo PTB um caráter mais socializante, distributivo e democrático.
Dado isto, queremos um PDT motivado, ativo e forte. Um PDT que saiba se posicionar no campo da esquerda.
Para competir ou compartilhar com força no campo da esquerda é preciso a retomada do partido em duas questões. A primeira é ser um partido organizado, relembrado de seus ideais, de suas propostas constantes na carta de Mendes. Que busque o modelo nacional desenvolvimentista, a reforma agrária, a reforma urbana, o desenvolvimento da indústria, a recuperação da malha ferroviária, a reforma tributária, a criação de conselhos populares, estimulando a democracia participativa.
Mas a modernidade partidária trouxe elementos novos. Para disputar ou mesmo compartilhar com força em possíveis coligações da esquerda é preciso que o PDT lute pelo turno integral. Mas não lute só por isso. Que lute também pela distribuição de renda, por uma política habitacional, pela distribuição do saneamento básico, pela saúde preventiva em bairros, pela defesa do trabalhador. O PDT precisa reafirmar que é também um partido de natureza social, só assim conseguira disputar ou coligar com força com o partido de esquerda hegemônico atual. A transmissão de idéias na política moderna tem novos aspectos, que são a mobilização de massas, a participação em movimentos sociais, a participação nas redes sociais, no desenvolvimento de um bom marketing político, envolvendo campanha na TV, no rádio e rua. Acho que o PDT pode melhorar nesses aspectos, não deixando de reconhecer também o papel importante da militância.

* Professor da rede municipal de Porto Alegre e membro da JS PDT


IMPÕE-SE A NOSSA DEFESA CONSTANTE DOS POBRES CONTRA OS RICOS, AO LADO DOS OPRIMIDOS CONTRA OS PODEROSOS”
(Carta de Lisboa, 1979)