O avanço do retrocesso neoliberal deu mais um passo nesta quarta-feira, dia 31 de agosto de 2016. Por 61 votos contra 20, o Senado Federal aprovou o impedimento da presidente Dilma Rousseff. Bem sabemos que o governo do PT preferiu acordar com as elites, na ilusão de uma suposta conciliação de classes. Dormiram com os inimigos do povo e só agora se deram conta que tal conciliação não é viável. Agora as mesmas elites antinacionais tomam o poder que, na verdade, nunca deixaram de ter no país.
Os argumentos de crime de responsabilidade, que foram usados como pretexto para o impedimento, se mostraram infundados, tanto é que a partir disso os parlamentares golpistas começaram a utilizar de argumentos como a falta de governabilidade; como se vivêssemos num país parlamentarista e não presidencialista.
Afirmamos que o que ocorreu foi um Golpe de Estado parlamentar, como revela a literatura da ciência política, e é consenso entre a intelectualidade brasileira e internacional, como afirmaram os eminentes Jürgen Habermas, filósofo e sociólogo alemão, o linguista estadunidense Noam Chomsky, e o pedetista Roberto Mangabeira Unger, professor em Havard, entre outros. Os golpes na América Latina não se dão mais como militares, mas de forma mais sútil, com aparência de legitimidade.
É bom ressaltar que este golpe teve seu início logo após as eleições de 2014, quando o candidato derrotado nas urnas não aceitou o resultado. Aproveitaram o notório corrupto Eduardo Cunha, que já havia sido denunciado por Brizola quando atuava na TELERJ no Rio, que tentava chantagear o governo para não ser cassado, quando este teve a negativa se vingou. Tudo isso provado e assumido pelo próprio Cunha.
O déspota que hoje assume a presidência neste dia fatídico, Michel Temer, comprometeu-se para manter os corruptos no poder, como mostraram as gravações de Sérgio Machado. Nelas também fica claro a participação do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, em ajuda para barrar a operação Lava Jato.
Também denunciamos a omissão do Poder Judiciário neste processo, quando não este foi parcial e seletivo nas acusações.
A mídia também teve papel fundamental neste acontecimento. É a mesma mídia que derrubou Getúlio, Jango e agora Dilma. Brizola foi implacável contra o monopólio midiático. Sempre dizia que quando as pessoas estivessem em dúvida sobre a situação do país se balizassem pela posição que a mídia tomava: “Se a Globo for a favor nós somos contra. Se a Globo é contra nós somos a favor!”
O governo ilegítimo de Temer, já disse que atentará contra a Previdência e contra a CLT. Tal governo representa o que há de mais asqueroso e reacionário na sociedade brasileira, remontando aos tempos da República Velha. Eles representam a elite branca, racista, homofóbica, machista, velha e com complexo de vira-lata.
Nós da Juventude Socialista de Porto Alegre nos posicionamos contra este Golpe (reafirmando posição defendida desde dezembro de 2015). E convocamos nossos representantes eleitos para deputados e senado que passem a lutar agora para barrar o avanço neoliberal que se radicaliza. Não queremos que o Brasil copie a política esdruxula de Macri na Argentina - e no nosso caso com o agravante de ter na presidência um político alinhado com todo tipo de retrocesso e colocado no cargo de forma ilegítima (mesmo que os mais ferozes digam que o rito do impedimento é legal).
Por Vargas, Jango, Brizola! Pela Democracia!
Pelo Estado Democrático de Direito! Pelo respeito ao voto!
Iremos lutar incansavelmente contra toda e qualquer tentativa de desrespeito as Instituições Democráticas!
Estamos na luta! E até a vitória!
Juventude Socialista PDT Porto Alegre
Porto Alegre, 31 de agosto de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário